Passar por processos de coaching desde o primeiro emprego ajuda os jovens profissionais a ter mais autoconhecimento e tranquilidade para crescer na carreira.
Ao terminar o curso de relações internacionais na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais em 2008, Bernardo Vilhena, de 23 anos, tinha uma certeza inabalável: atuaria na área assim que ingressasse numa grande empresa. Mas no ano passado, quando se tornou trainee do Grupo Pão de Açúcar, ele começou a questionar sua convicção. As dúvidas surgiram graças aos conselhos que recebeu de um coach contratado pela empresa para acompanhar os trainees ao longo de um ano. "Depois de ter passado por diferentes departamentos, eu consegui perceber que, apesar da minha formação, tenho mais afinidades com a área imobiliária do que com a de relações internacionais", diz Bernardo.
“Essa mudança drástica nunca teria acontecido se eu não tivesse um coach para ajudar a traçar o meu perfil.” Antes restrito a profissionais de alto nível hierárquico, os programas de coaching — em que um orientador com experiência corporativa ajuda um profissional a desenvolver novas habilidades, solucionar problemas comportamentais e até a reavaliar o plano de carreira — começam a ser direcionados para jovens que estão ingressando no mercado.
Empresas como a rede varejista Pão de Açúcar, a fabricante de produtos de higiene Johnson & Johnson e a produtora de papéis Klabin já incorporaram a prática em seus programas de trainee. “Havia a necessidade de a companhia ajudar os jovens a amadurecer emocionalmente para que estivessem bem preparados no momento de assumir um cargo gerencial”, diz Maíra Habimorad, consultora do Grupo DMRH, responsável pelo coaching da Johnson & Johnson. Estimular o autoconhecimento e barrar a ansiedade são os principais objetivos dos programas de orientação voltados a jovens talentos.
Com pouca idade e baixa vivência corporativa, essa turma se desenvolve mais rápido quando é acompanhada de perto por um mentor que entende de mercado e tem sensibilidade para radiografar as angústias que apavoram quem está começando. “Na maioria das vezes, o jovem que entra numa empresa não sabe como lidar com a hierarquia e fica muito ansioso diante das escolhas a fazer. O coaching auxilia nesse processo de crescimento profissional”, diz Rudney Pereira Júnior, gerente da Foco Talentos, consultoria de RH, de São Paulo. Ter o acompanhamento de um coach logo no início da jornada profissional também diminui as chances de errar na hora de fazer o planejamento de carreira (e de vida).
A consultora Vicky Bloch, pioneira do coaching no Brasil, explica: “Esse tipo de orientação ajuda o jovem a entender quais são as metas pessoais e profissionais e a ver o que o motiva em um ambiente novo”. Exatamente por causa dessa avaliação de objetivos, a publicitária paulistana Gabriela Massan, de 22 anos, trainee da Johnson & Johnson, conseguiu se sentir segura sobre suas decisões. “Fiquei mais tranquila ao escolher minha alocação em marketing depois de ter feito sessões com meu coach, que conhece os caminhos de mercado e me ajuda a entender exatamente quais são, neste momento, os objetivos que quero atingir”, diz ela.
Além de benefícios para os profissionais, os programas de coaching também trazem ganhos altos para as empresas. “As companhias que se dedicam a treinar seus talentos desde cedo formam lideranças que, no futuro, vão fazer a diferença”, diz Vicky Bloch.
VOCÊ PAGA
Se você trabalha numa empresa que não tem programa de coaching para jovens, há a opção de contratar um orientador particular. Custa caro, principalmente para quem está no início de carreira. A consultoria DMRH tem um programa com duração de 10 sessões que custa entre 2 800 reais e 4 000 reais.
MITOS DO COACHING
É preciso estar alerta na hora de escolher um coach. “Há muitos profissionais mal preparados no mercado” diz a consultora Vicky Bloch, que lista abaixo, com o consultor João Mendes de Almeida, alguns dos principais mitos do coaching.
1 Qualquer um pode ser coach
Para ser coach, o profissional deve possuir experiência em gestão de pessoas, vivência em empresas e senioridade (pessoas muito jovens ainda não têm maturidade e experiência para orientar o desenvolvimento de outras).
2 Método pra quê?
O processo de coaching é diferente do feedback do dia a dia: não pode ser conduzido informalmente. É necessário método, foco, prazo e base conceitual para atingir o objetivo.
3 Só para problemáticos
Não é preciso estar com um problema para contratar um coach. Em casos de promoção, por exemplo, o processo de coaching é essencial para que o funcionário reveja suas competências e seu papel na empresa.
4 É milagroso!
O coach sozinho não resolve os problemas de um profissional. Sem o comprometimento da empresa e de quem recebe a orientação, não há desenvolvimento de carreira.
5 Coaching é terapêutico
O foco do coaching são as atividades profissionais, e não pessoais. O coach leva em conta a história pessoal, a personalidade, o conhecimento e as perspectivas de futuro para que, no final do processo, o profissional desenvolva sua carreira.
Ao terminar o curso de relações internacionais na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais em 2008, Bernardo Vilhena, de 23 anos, tinha uma certeza inabalável: atuaria na área assim que ingressasse numa grande empresa. Mas no ano passado, quando se tornou trainee do Grupo Pão de Açúcar, ele começou a questionar sua convicção. As dúvidas surgiram graças aos conselhos que recebeu de um coach contratado pela empresa para acompanhar os trainees ao longo de um ano. "Depois de ter passado por diferentes departamentos, eu consegui perceber que, apesar da minha formação, tenho mais afinidades com a área imobiliária do que com a de relações internacionais", diz Bernardo.
“Essa mudança drástica nunca teria acontecido se eu não tivesse um coach para ajudar a traçar o meu perfil.” Antes restrito a profissionais de alto nível hierárquico, os programas de coaching — em que um orientador com experiência corporativa ajuda um profissional a desenvolver novas habilidades, solucionar problemas comportamentais e até a reavaliar o plano de carreira — começam a ser direcionados para jovens que estão ingressando no mercado.
Empresas como a rede varejista Pão de Açúcar, a fabricante de produtos de higiene Johnson & Johnson e a produtora de papéis Klabin já incorporaram a prática em seus programas de trainee. “Havia a necessidade de a companhia ajudar os jovens a amadurecer emocionalmente para que estivessem bem preparados no momento de assumir um cargo gerencial”, diz Maíra Habimorad, consultora do Grupo DMRH, responsável pelo coaching da Johnson & Johnson. Estimular o autoconhecimento e barrar a ansiedade são os principais objetivos dos programas de orientação voltados a jovens talentos.
Com pouca idade e baixa vivência corporativa, essa turma se desenvolve mais rápido quando é acompanhada de perto por um mentor que entende de mercado e tem sensibilidade para radiografar as angústias que apavoram quem está começando. “Na maioria das vezes, o jovem que entra numa empresa não sabe como lidar com a hierarquia e fica muito ansioso diante das escolhas a fazer. O coaching auxilia nesse processo de crescimento profissional”, diz Rudney Pereira Júnior, gerente da Foco Talentos, consultoria de RH, de São Paulo. Ter o acompanhamento de um coach logo no início da jornada profissional também diminui as chances de errar na hora de fazer o planejamento de carreira (e de vida).
A consultora Vicky Bloch, pioneira do coaching no Brasil, explica: “Esse tipo de orientação ajuda o jovem a entender quais são as metas pessoais e profissionais e a ver o que o motiva em um ambiente novo”. Exatamente por causa dessa avaliação de objetivos, a publicitária paulistana Gabriela Massan, de 22 anos, trainee da Johnson & Johnson, conseguiu se sentir segura sobre suas decisões. “Fiquei mais tranquila ao escolher minha alocação em marketing depois de ter feito sessões com meu coach, que conhece os caminhos de mercado e me ajuda a entender exatamente quais são, neste momento, os objetivos que quero atingir”, diz ela.
Além de benefícios para os profissionais, os programas de coaching também trazem ganhos altos para as empresas. “As companhias que se dedicam a treinar seus talentos desde cedo formam lideranças que, no futuro, vão fazer a diferença”, diz Vicky Bloch.
VOCÊ PAGA
Se você trabalha numa empresa que não tem programa de coaching para jovens, há a opção de contratar um orientador particular. Custa caro, principalmente para quem está no início de carreira. A consultoria DMRH tem um programa com duração de 10 sessões que custa entre 2 800 reais e 4 000 reais.
MITOS DO COACHING
É preciso estar alerta na hora de escolher um coach. “Há muitos profissionais mal preparados no mercado” diz a consultora Vicky Bloch, que lista abaixo, com o consultor João Mendes de Almeida, alguns dos principais mitos do coaching.
1 Qualquer um pode ser coach
Para ser coach, o profissional deve possuir experiência em gestão de pessoas, vivência em empresas e senioridade (pessoas muito jovens ainda não têm maturidade e experiência para orientar o desenvolvimento de outras).
2 Método pra quê?
O processo de coaching é diferente do feedback do dia a dia: não pode ser conduzido informalmente. É necessário método, foco, prazo e base conceitual para atingir o objetivo.
3 Só para problemáticos
Não é preciso estar com um problema para contratar um coach. Em casos de promoção, por exemplo, o processo de coaching é essencial para que o funcionário reveja suas competências e seu papel na empresa.
4 É milagroso!
O coach sozinho não resolve os problemas de um profissional. Sem o comprometimento da empresa e de quem recebe a orientação, não há desenvolvimento de carreira.
5 Coaching é terapêutico
O foco do coaching são as atividades profissionais, e não pessoais. O coach leva em conta a história pessoal, a personalidade, o conhecimento e as perspectivas de futuro para que, no final do processo, o profissional desenvolva sua carreira.
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