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Muito se fala sobre a importância das pessoas desenvolverem trabalhos voluntários para dar aquela turbinada no currículo. Mas você entende, na prática, como uma atividade desse tipo pode te ajudar no seu desenvolvimento profissional?
“O trabalho voluntário permite que a pessoa lide com problemas absolutamente incomuns a ela”, resume o fundador da De Bernt Entschev, Bernt Entschev. Ou seja, esse tipo de atividade permite que o profissional desenvolva tarefas que não fazem parte do seu dia a dia, tornando-o, inevitavelmente, um colaborador mais “cabeça aberta” do que aqueles que desenvolvem apenas suas tarefas rotineiras.
O diretor de Assuntos Corporativos da Intel América Latina, Nuno Simões, ainda complementa que os profissionais de recursos humanos avaliam aqueles que participam de atividades comunitárias como “uma força de trabalho mais preparada para enfrentar com criatividade os impasses diários do mundo corporativo”.
Profissionais diferenciados
Na prática, um engenheiro que fica restrito aos números, às contas e ao desenvolvimento do projeto de algum produto pode, ao se envolver em um trabalho comunitário, desempenhar alguma função, por exemplo, na área de marketing. Assim, ele expande seu universo e torna-se um profissional diferenciado.
Outra situação interessante, decorrente desse tipo de atividade, é que na maior parte das vezes um trabalho voluntário não conta com a mesma estrutura das organizações voltadas para o lucro. Usualmente, os recursos são limitados, as estruturas são desprovidas de recursos tecnológicos e as equipes são caracteristicamente mais enxutas.
Ao se deparar com esse tipo de realidade, o profissional acaba desenvolvendo habilidades que não seriam estimuladas no seu ambiente de trabalho comum. Assim, ele também adquire uma flexibilidade maior para lidar com os problemas.
Não coloque no currículo
Apesar dos profissionais que carregam consigo experiências voluntárias serem inquestionavelmente reconhecidos, esse tipo de informação não deve ser inserida no currículo. De acordo com Entschev, o fato de o candidato ter participado de atividades dessa natureza poderá pesar, sim, no processo seletivo, mas se for colocado no currículo pode passar uma ideia errada ao selecionador.
O fundador da empresa de consultoria em recursos humanos lembra um caso em que, ao final de um dos processos seletivos que estava assessorando, se deparou com dois profissionais extremamente semelhantes em termos de experiências, formação e competências.
O que foi o divisor de águas, fazendo com que um deles fosse selecionado e o outro não, foi o fato do profissional escolhido ter desenvolvido atividades voluntárias. Esse caso, além de demonstrar a importância desse tipo de trabalho, também mostra que, apesar de relevante, essa informação só será importante no final do processo seletivo, quando os selecionadores já tiveram acesso a outras informações sobre o candidato.
Assim, colocar no currículo que você se interessa por esse tipo de atividade, pode passar a idéia que você se preocupa mais em anunciar sua consciência social do que com ela própria e isso, obviamente, não vai te ajudar em nada.
Mundo paralelo
Não é possível deixar de associar o voluntariado com questões referentes à humildade. Os executivos, muitas vezes completamente absortos em suas tarefas, são cada vez mais exigentes e esquecem que existe vida além da empresa em que trabalham.
A consciência social ajuda a ter contato com pessoas que, apesar de terem tido pouco acesso a educação, conseguiram ascender socialmente. Participar do desenvolvimento de outras pessoas e observar os resultados pode ajudar os executivos a acreditarem mais nas causas e nas pessoas.
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